Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão. Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob controle dos turcos muçulmanos. No médio oriente, as cruzadas foram chamadas de "invasões francas", já que os povos locais viam estes movimentos armados como invasões e por que a maioria dos cruzados vinha dos territórios do antigo Império Carolíngio e se autodenominavam francos.
O termo cruzada não era conhecido no tempo histórico em que ocorreu. Na época eram usadas, entre outras, as expressões "peregrinação" e "guerra santa". O termo Cruzada surgiu porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo, distinguidos pela cruz aposta a suas roupas. As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma de pagamento a alguma promessa, ou uma forma de pedir alguma graça, e era considerada uma penitência.
As cruzadas surgiram porque o domínio dos turcos sobre a Palestina foi percebido pelos cristãos do Ocidente como uma ameaça e uma forma de repressão sobre os peregrinos e os cristãos do Oriente. Em 27 de janeiro de 1095, no concílio de Clermont, o papa Urbano II exortou os nobres franceses a libertar a Terra Santa e a colocar Jerusalém de novo sob soberania cristã, apresentando a essa expedição militar como uma forma de penitência. A multidão presente aceitou entusiasticamente o desafio e logo partiu em direção ao Oriente, sobrepondo uma cruz vermelha sobre suas roupas, daí terem recebido o nome de "cruzados".
Tradicionalmente se fala em nove Cruzadas, mas, na realidade, elas constituíram um movimento quase permanente.
As cruzadas influenciaram a cavalaria europeia e, durante séculos, sua literatura. Se por um lado aprofundaram a hostilidade entre o cristianismo e o Islã, por outro estimularam os contatos econômicos e culturais para benefício permanente da civilização europeia. O comércio entre a Europa e a Ásia Menor aumentou consideravelmente e a Europa conheceu novos produtos, em especial, o açúcar e o algodão. Os contatos culturais que se estabeleceram entre a Europa e o Oriente tiveram um efeito estimulante no conhecimento ocidental e, até certo ponto, prepararam o caminho para o Renascimento.